O segredo para Evitar Bolhas nos Pneus (e economizar com manutenções)

Sabe aquelas bolhas que aparecem do nada nos pneus?

Já vi muita gente achando que elas surgem só por causa dos buracos nas ruas — e embora isso aconteça bastante, não é o único motivo. Existem outros fatores, menos óbvios, que também causam esse tipo de dano.

E acredite: pequenas atitudes fazem toda a diferença na hora de evitar prejuízo.

Um erro comum que eu vejo por aí é o famoso “subir na guia” com tudo, ou encostar com força no meio-fio. Parece inofensivo, mas esse tipo de impacto pode danificar seriamente o pneu — ou até mesmo a roda. Por isso, sempre tento ser cuidadoso ao manobrar, principalmente em locais apertados ou com muitas quinas.

E quando o assunto é buraco, aí vai uma dica de ouro que eu uso no meu dia a dia: nunca pise no freio em cima do buraco. Ao avistar um deles, eu reduzo a velocidade antes e, bem na hora de passar, tiro o pé do freio. Isso ajuda a suspensão a trabalhar de forma correta, absorvendo melhor o impacto. Se você passar com a roda freada, a suspensão trava, e o choque vai direto para o pneu e a roda — o estrago costuma ser bem maior.

Outro detalhe que muita gente não percebe: geralmente, os pneus dianteiros são os mais prejudicados. Isso acontece porque eles carregam a maior parte do peso do carro — motor, câmbio, suspensão… tudo isso está na frente. Em carros com tração dianteira, essa carga pode chegar a 75% em relação ao eixo traseiro. E, durante a frenagem, esse peso aumenta ainda mais por causa da transferência de carga. Ou seja, frear em cima do buraco é pedir para arrebentar a roda da frente.

Vi recentemente um caso assim: o motorista danificou dois pneus de uma vez, mas só precisou trocar a roda dianteira. A traseira sobreviveu — justamente porque ela não estava recebendo tanta carga no momento do impacto.

Resumo da história?


Se quiser evitar bolhas, rachaduras e até o risco de um pneu estourar, é simples: freie antes, e tire o pé instantes antes de passar pelo buraco. Pode parecer um detalhe pequeno, mas ajuda muito a preservar a suspensão, as rodas e, claro, o seu bolso.

O que acontece se eliminar a válvula termostática?

O que é a válvula termostática?

É um componente que regula a temperatura do motor, controlando o fluxo de água entre o bloco do motor e o radiador. Quando o motor está frio, ela permanece fechada, permitindo que a água recircule somente dentro do motor para aquecer mais rápido. Quando atinge a temperatura ideal (~90°C), ela abre e deixa a água passar para o radiador, iniciando o resfriamento.


⚠️ O que acontece quando você elimina a válvula termostática?

✅ O que muitos pensam:

Que o motor vai funcionar mais frio.

Que vai resolver problemas de superaquecimento.

❌ O que realmente acontece:

  1. Perda do controle de fluxo:

A água passa diretamente para o radiador o tempo todo.

Mas parte da água (~50-60%) continua recirculando dentro do motor, porque a válvula, quando presente, bloqueia esse caminho ao abrir. Sem ela, isso não acontece.

  1. Funcionamento quente constante:

O motor pode demorar mais a esquentar inicialmente.

Mas depois, trabalha mais quente o tempo todo porque a água não é totalmente forçada a passar pelo radiador.

  1. Risco de superaquecimento silencioso:

O motor aparenta estar funcionando normalmente, mas internamente está mais quente do que o ideal, o que compromete a eficiência e pode causar danos com o tempo.


🔧 Soluções (caso precise eliminar a válvula)

▶️ Para motor AP:

Trancar a mangueira de recirculação (aquela em forma de “S” que sai da bomba d’água para o cabeçote).

Pode ser com tampões de alumínio, tuchos, ou tampões de admissão do Monza, fixados com abraçadeiras ou rosca.

▶️ Para Fiat Marea:

Trancar a passagem na flange de alumínio atrás do cabeçote (lado esquerdo).

A válvula do Marea é grande e cara, mas precisa vedar corretamente o canal interno ao eliminá-la.

▶️ Para motores EA111/EA113:

Mais complicado: dentro da carcaça da válvula há um rasgo interno que permite recirculação.

Precisa de um tucho de alumínio comprido (10-15 cm) que entre justo na carcaça com cola para bloquear esse rasgo.


🚫 Problemas comuns:

Gente elimina a válvula e não veda corretamente os canais de recirculação.

Resultado: o carro continua aquecendo.

Muito comum em AP, Marea e motores da linha EA (como Gol, Fox, Polo, etc).


✅ Conclusão:

Eliminar a válvula termostática sem o conhecimento correto causa recirculação inadequada da água, mantendo o motor quente mesmo sem que o dono perceba. Se for mesmo necessário eliminar (por exemplo, em carros de pista), deve-se fazer o procedimento completo e corretamente, bloqueando todas as vias de recirculação.

Etanol a 35% na Gasolina: Quem Paga a Conta é o Motorista

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A chamada “Lei do Combustível do Futuro” foi aprovada pela Câmara dos Deputados, e agora resta apenas a sanção presidencial. Mas o que isso significa, na prática, pro consumidor que abastece seu carro todo dia?


Vamos direto ao ponto: mais etanol na gasolina, mais dor de cabeça pra quem depende do carro — especialmente os mais antigos — e um lucro garantido pra indústria de biocombustíveis.


A mudança mais polêmica é o novo limite permitido de etanol anidro na gasolina. Hoje, o percentual está em 27,5%. Com a nova lei, esse teto pode chegar a 35%. Embora essa alteração dependa ainda de aprovação técnica do Ministério de Minas e Energia, há uma forte pressão do setor agropecuário e de parlamentares ligados ao agronegócio para que esse aumento aconteça.

Mas o que muda pra você, motorista?

Se você tem um carro flex, provavelmente não vai notar diferença no funcionamento do motor. Esses veículos já foram projetados pra lidar com variações grandes na proporção de etanol. Mas não se engane: o que não muda no motor, muda no bolso. O etanol tem um poder energético menor do que a gasolina — ou seja, se a mistura for mais rica em etanol, o consumo aumenta. E alguém aí realmente acha que o preço da gasolina vai cair?


Spoiler: dificilmente isso vai acontecer.

Quem se dá mal mesmo?

Os donos de carros fabricados antes de 2003, quando o sistema flex começou a se popularizar no Brasil. Esses veículos foram projetados exclusivamente para gasolina e podem sofrer bastante com o aumento de álcool no combustível. O mesmo vale para muitos importados a gasolina — modelos que não estão preparados para lidar com etanol em alta proporção. Vai ser preciso esperar testes específicos, mas a previsão não é animadora.

E o biodiesel? A conversa é parecida.

O texto aprovado também prevê que a mistura de biodiesel no diesel fóssil, atualmente em 14%, aumente gradualmente até 20% até 2030. Parece bom? Só se você for produtor de biodiesel. Na prática, esse aumento pode gerar problemas sérios para caminhões, SUVs e picapes a diesel.


Quem trabalha na estrada já sabe: o excesso de biodiesel pode gerar borra no sistema de combustível. Isso entope filtros, bicos injetores e pode parar o motor do nada — tudo por conta de resíduos causados por microrganismos que se desenvolvem nesse tipo de combustível vegetal. E adivinha quem paga o conserto?


O motorista, claro.


Enquanto entidades do agro e parlamentares comemoram os lucros futuros, o dono do carro ou do caminhão fica com a parte mais difícil da equação: arcar com os efeitos colaterais dessa política. Afinal, não basta encher o tanque — tem que saber com o que você está abastecendo.