Líquido de Arrefecimento: Qual Usar ? A Cor Faz Diferença no Seu Carro? 

Oi, pessoal do Tração Total! Hoje eu quero bater um papo super importante com vocês sobre um item que muita gente esquece, mas que é vital para a saúde do nosso carro: o líquido de arrefecimento. Você sabe o que ele é, qual o melhor para o seu veículo e o que cada cor significa? Vem comigo que eu vou te contar tudo! 

O Que É o Líquido de Arrefecimento e Por Que Ele é Tão Importante? 

Eu vejo muita gente negligenciando esse detalhe, mas o líquido de arrefecimento, também conhecido como líquido do radiador, é crucial para a manutenção preventiva do seu veículo. Ele é composto por água desmineralizada e um aditivo à base de etileno glicol, e a principal função dele é uma só: resfriar o motor do carro. É ele que impede o seu carro de ferver! 

Pensa comigo: a queima de combustível dentro do motor gera temperaturas que podem facilmente ultrapassar os 100ºC. Se o motor superaquecer, pode causar um mau funcionamento sério ou até mesmo danos graves e irreversíveis. O grande trunfo do líquido de arrefecimento é que ele tem um ponto de ebulição muito mais alto que a água pura e um ponto de congelamento menor, o que permite que seu carro funcione em uma ampla gama de temperaturas, das mais quentes às mais frias. 

Basicamente, esse fluido circula por todo o motor, absorvendo o calor da combustão. Depois, ele leva esse calor para fora do motor, passando por serpentinas onde é resfriado por ventilação (natural ou eletrônica). Uma vez resfriado, ele volta para o motor, e o ciclo se repete, tudo acionado por uma bomba de água. É um sistema engenhoso, não é? 

Como Eu Escolho o Líquido de Arrefecimento Certo Para o Meu Carro? 

Essa é uma pergunta que sempre aparece! A primeira e mais importante dica que eu dou é: consulte o manual do proprietário do seu veículo. Lá, a fabricante indica a especificação exata do líquido de arrefecimento que você deve usar. Não tem erro! 

Agora, um ponto que gera bastante dúvida e que eu quero esclarecer são as cores do líquido de arrefecimento. Você vai encontrar rosa, azul, verde, laranja… E não, elas não são só para enfeitar! As cores indicam a composição e as características do fluido. E sim, faz diferença! 

  • Líquido de Arrefecimento Verde: Eu costumo ver esse tipo recomendado para motores mais antigos, como os de carros clássicos (tipo um Dodge Dart) ou veículos a diesel (como uma picape Ford F1000). Ele oferece proteção anticorrosão, mas a troca é mais frequente: a cada 36 meses ou 80.000 km rodados para carros de passeio, ou 160.000 km para veículos a diesel e 6.000 horas para equipamentos off-road. 
  • Líquido de Arrefecimento Laranja (ou Avermelhado): Esse utiliza uma aditivação orgânica e é mais comum em motores com bloco de alumínio, como a linha Firefly da Fiat ou os modelos TSI da Volkswagen. A grande vantagem dele é a durabilidade maior. A troca é indicada a cada 60 meses ou 240.000 km para carros de passeio, 480.000 km para veículos a diesel, ou 8.000 horas para equipamentos off-road. 
  • Líquido de Arrefecimento Rosa ou Azul-Esverdeado: Para mim, esses são os mais avançados! Eles possuem uma aditivação híbrida, que combina o melhor das características inorgânicas e orgânicas. A previsão de troca é a mesma do líquido laranja, com a mesma durabilidade e proteção superior. 
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Posso Misturar Líquidos de Arrefecimento de Cores Diferentes? E Se o Nível Baixar? 

Essa é uma pergunta crucial e a resposta é NÃO, não é recomendado misturar fluidos de aditivações diferentes! Se o nível do líquido de arrefecimento do seu carro estiver baixando, a minha recomendação é: complete com o mesmo tipo que já está em uso e revise o sistema o quanto antes

E aqui vai uma dica de ouro: sabe quando o frentista pergunta se pode completar com água no radiador? A minha resposta para você é: não pode! Água pura no radiador é coisa de carro muito antigo, com carburador. O líquido de arrefecimento é uma fórmula específica e a água pura pode comprometer a eficiência e a proteção do sistema. 

Um detalhe importante que eu quero que você guarde é: o sistema de arrefecimento é fechado. Isso significa que o líquido não tem para onde ir, ele não evapora. Se o nível está baixando constantemente, abaixo da marca mínima, é um sinal de que algo está errado. O mais provável é que alguma peça do sistema esteja danificada ou que exista algum vazamento. Se for um vazamento, você pode notar um líquido colorido (vermelhado, azulado, esverdeado) no chão onde você estaciona o carro. 

Eu espero que essas informações ajudem você a cuidar melhor do seu carro e a entender a importância do líquido de arrefecimento. Se você tiver mais alguma dúvida sobre esse sistema, sobre manutenção ou qualquer outro assunto automotivo, eu te convido a dar uma olhada no nosso site do Tração Total, que tem muito conteúdo legal! 

Até a próxima, pessoal! E lembrem-se: tração total é sinônimo de carro bem cuidado! 

Sabe o que são as “Condições Severas” de udo do carro?

Sempre que leio o manual do proprietário de um carro, vejo aquela recomendação sobre veículos que rodam em “condições severas”. E, sinceramente, percebo que muita gente não faz ideia do que isso significa.

A maioria das pessoas imagina que rodar em condições severas é coisa de quem vive puxando carretinhas, trailers ou sobe ladeiras íngremes com o porta-malas cheio até a tampa. Mas a verdade é outra — e bem mais próxima do nosso dia a dia.

Sabe o que, de fato, os manuais estão chamando de condições severas? Situações comuns, que muitos motoristas praticam sem perceber. Como, por exemplo: sair com o carro pela manhã, rodar um curto trajeto, estacionar e deixar o carro parado o dia inteiro. Depois, no fim do dia, fazer o mesmo caminho de volta para casa.

Nesse tipo de uso, o motor quase nunca atinge a temperatura ideal de funcionamento. Aquela marca no painel, no ponteiro da temperatura? Pois é, raramente chega ao ponto ideal.

E por que isso é um problema?

Porque quando o motor trabalha abaixo da temperatura ideal, a central eletrônica do carro aumenta a quantidade de combustível injetado, tentando compensar o frio. Isso significa que o carro vai consumir mais combustível, mesmo em trechos curtos. E, muitas vezes, o motorista reclama do consumo elevado, sem perceber que está dirigindo o tempo todo em uma condição que força o sistema.

Mas tem mais: esse excesso de combustível que não é totalmente queimado durante a combustão pode escorrer pelas paredes internas do motor e acabar contaminando o óleo lubrificante.

Ou seja, além de gastar mais combustível, você ainda reduz a vida útil do óleo do motor. E é justamente por isso que, nessas situações, a recomendação é fazer a troca do óleo antes do prazo padrão.

Se em condições normais o intervalo é de 10 mil quilômetros ou 1 ano, em uso severo ele pode cair para 5 mil quilômetros ou 6 meses. Isso porque o óleo contaminado perde sua eficiência, e continuar rodando com ele pode causar danos reais ao motor.


Fica o alerta:

se você tem uma rotina parecida com essa — trajetos curtos, motor que não esquenta direito, carro que passa muito tempo parado — então, sim, você está rodando em condições severas. E seu carro precisa de cuidados redobrados, especialmente com relação à troca de óleo.

Acredite: é melhor se prevenir agora do que pagar caro depois.

Você sabe a diferença entre pneu recauchutado, recapado e remoldado?

Sabe aquela expressão “ouviu o galo cantar, mas não sabe onde”? Pois é, é exatamente isso que tenho percebido quando o assunto é pneu recalchutado. Muita gente anda com dúvida e, pior ainda, repassando informações erradas por aí.

Então deixa eu esclarecer uma coisa importante: o pneu recalchutado é legal, seguro e, sim, recomendado — desde que feito por uma empresa séria e tecnicamente capacitada. Na verdade, o uso desse tipo de pneu vai muito além dos carros de passeio. Aviões, caminhões, ônibus e outros veículos pesados também circulam com pneus recalchutados. Isso mesmo: avião com pneu recalchutado. Se é seguro para eles, por que não seria para o seu carro?

Mas antes de mais nada, é importante entender a diferença entre os termos recapado, recalchutado e remoldado — porque são coisas diferentes, e é aí que mora a confusão.

Pneu recapado


O recapado é aquele em que apenas a banda de rodagem (a parte que toca o chão) recebe uma nova camada de borracha. É uma espécie de “revestimento superficial”.

Pneu recauchutado


Já o recalchutado vai além: além da banda de rodagem, ele também recebe borracha nas laterais. Ou seja, é um processo mais completo, que garante maior segurança e durabilidade ao pneu. Quando bem feito, por uma empresa competente, não há problema algum em utilizar pneus recalchutados.

Agora, o remoldado…


É aqui que o alerta precisa ser dado. O pneu remoldado é um verdadeiro risco — e o pior: foi aprovado de forma totalmente inadequada aqui no Brasil. O processo de remoldagem envolve a retirada de toda a borracha do pneu e a aplicação de uma nova estrutura por cima da carcaça antiga. O problema? Você não sabe qual era o uso original dessa carcaça.

Vou te dar um exemplo simples: dois pneus podem ter exatamente as mesmas medidas — aro 15, perfil 70, largura igual — mas um deles foi feito para um carrinho de cachorro-quente, e o outro, para uma Ferrari. Aparentemente, são idênticos. Mas no comportamento, na frenagem ou em uma curva, eles são mundos completamente diferentes.

O grande erro está no fato de que o remoldado brasileiro não exige, por norma, que se mantenha na lateral do pneu a informação de qual era a destinação original da carcaça. Em países sérios, essa informação é obrigatória. Assim, você sabe se está comprando um pneu com estrutura para carro esportivo ou para uso leve.

Aqui, infelizmente, você pode estar colocando um pneu com carcaça inadequada no seu carro — e nem saber. A economia, nesse caso, simplesmente não vale o risco.

Conclusão:

Recalchutado, sim. Remoldado, não!
Então, da próxima vez que ouvir alguém dizer que “pneu recalchutado não presta”, já sabe: essa pessoa provavelmente “ouviu o galo cantar, mas não sabe de onde veio o som”. O recalchutado é seguro e confiável, desde que feito com qualidade. O remoldado, por outro lado, é um verdadeiro tiro no escuro — você nunca sabe o que está levando pra casa.

Fica a dica!